sexta-feira, 22 de novembro de 2013

Polícia investiga divulgação de fotos de detentos em rede social


A Delegacia Geral de Polícia Civil do Maranhão já abriu inquérito para apurar de onde foram feitas as postagens em uma conhecida rede social na internet, nas quais três detentos do Complexo Penitenciário de Pedrinhas se exibem em fotos tiradas de dentro das celas da unidade prisional. O início das investigações foi confirmado pela própria delegada-geral, Maria Cristina Meneses, que designou a Superintendência Estadual de Investigações Criminais (Seic) para o caso.
"É uma investigação que requer um esforço maior, no sentido de não somente localizar o aparelho celular usado para publicar as imagens dos presos, mas saber se as postagens foram feitas de dentro do presídio ou compartilhadas por terceiros, fora do sistema prisional. Por isso, determinamos que a equipe de investigadores do Departamento de Combate a Crimes Tecnológicos (DCCT) da Seic assumisse o inquérito policial e identificasse os responsáveis", disse a delegada-geral.
Exibidas com exclusividade pelo portal Imirante.com e pela TV Mirante, as postagens mostram dois presos acusados de homicídios e vários assaltos à mão armada, praticados na Região Metropolitana de São Luís. Valdeir Correia da Costa, mais conhecido como Caixa Val, de 19 anos, e Danrley Pereira Boás, o Cargueiro, de 18 anos, posam para a câmera de um aparelho celular, e as fotos tiradas foram publicadas no dia 17 deste mês.
Nas imagens, Caixa Val aparece de boné azul escuro, com um cigarro na boca e usando um par de muletas por causa de um tiro que levou no tornozelo em uma troca de tiros com a Polícia Militar, 12 dias antes da publicação, quando foi preso nas proximidades da Avenida dos Franceses, no bairro Vila Palmeira. Ao seu lado, usando boné vermelho, Cargueiro simulando apontar uma arma de fogo.
Crimes - Segundo a polícia, Caixa Val é acusado de assassinar a tiros, no dia 11 de outubro de 2012, no bairro Sol e Mar, Samuel Lopes Pereira, de 28 anos. A vítima estava ao lado de uma mesa de sinuca, no estabelecimento comercial da família, o "Bar Point dos Motoqueiros", quando foi alvejada na cabeça. O mesmo atirador baleou na garganta o pai da vítima. O comerciante Nataniel Marinho Pereira, de 55 anos, ficou internado por uma semana, na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do bairro Araçagi, e também morreu no dia 18 daquele mês. O outro homicídio atribuído a Valdeir da Costa, o Caixa Val, foi, segundo a polícia, o de Carlos Wanderson Silva dos Santos, de 19 anos, morto a tiros de pistola ponto 40, no dia 4 de novembro deste ano, na Rua do Fio, bairro Novo Cohatrac.
Na mesma data, ele saqueou uma casa. A vítima foi o também morador da localidade Jadilson Sousa Nunes, de 41 anos. Em companhia de dois menores de 17 anos, Caixa Val e os cúmplices inimputáveis invadiram a residência e fizeram refém toda a família da vítima - entre os alvos um garoto de apenas 6 anos. O bandido que aparece na foto publicada na internet foi preso no dia seguinte, na Avenida dos Africanos, por policiais do 1° Batalhão de PM, que o alvejaram no tornozelo.
Danrley Pereira Boás, o Cargueiro, por sua vez, de acordo com a polícia, é acusado de homicídio qualificado, crime praticado no dia 12 de agosto, no bairro Vila Luizão, e que teve como vítima Natanael França Barros, de 19 anos. Por esse crime, ele foi preso em outubro por policiais do Batalhão de Choque da PM, no bairro Sol e Mar, durante uma operação de rotina do grupo de elite especializado. Assim como o colega de cela, Cargueiro também responde por assaltos.
Em abril deste ano, ele e outros dois parceiros de crimes foram presos por investigadores do 7º Distrito Policial (Turu), no bairro Vila Luizão, em cumprimento a mandados de prisão, solicitados pelo delegado Paulo Márcio Tavares, titular da área, e expedidos pela juíza Ana Célia Santana, da 5ª Vara Criminal da Capital. Na oportunidade, Cargueiro e os cúmplices confessaram a autoria de pelo menos cinco assaltos à mão armada a residências na localidade.
Celulares - Sobre a postagem na internet, o secretário da Justiça e da Administração Penitenciária (Sejap), Sebastião Uchôa, informou que o aparelho celular usado para publicar as fotos dos detentos ainda não foi localizado. "Fizemos uma revista na cela, sem que os presos tivessem conhecimento de que já sabíamos da publicação na internet, porém não encontramos o referido aparelho. Entretanto, encontramos outra grande quantidade de telefones móveis no pavilhão", revelou Uchôa.
Ainda em relação à possibilidade de os próprios detentos terem publicado as fotos, o titular da Sejap é cauteloso e garante que os bloqueadores de sinais, pelo menos no Centro de Detenção Provisória (CDP), em Pedrinhas, já "zeraram" a comunicação por meio de telefones móveis. "Já fechamos o 'pacote' com a empresa contratada para bloquear o sinal telefônico dentro do CDP, onde as chances de realização e recebimento de chamadas já foram zeradas", garantiu Uchôa.
Em uma das publicações, Valdeir Correia da Costa, o Caixa Val, deixa um recado aos rivais, insinuando não estar abatido por ter sido baleado e preso. Segundo investigações da polícia judiciária, ele teria ligação com o bando responsável pela morte do cabo reformado da Polícia Militar Leônidas Rabelo Silva, o "Cabo Silva", de 57 anos, morto a tiros, no fim da tarde do dia 8 de outubro, próximo a sua casa, no Conjunto Cohabiano II (área do bairro Cohatrac), por denunciar os traficantes de drogas na região.

Fonte. oestadodomaranhao.com

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